Como melhorar o envolvimento do doente por meio da tecnologia?

Jessica Herráiz.

Business Development and Marketing. Persei vivarium.

A OMS define “envolvimento do doente” como “a capacidade dos doentes, familiares e cuidadores, bem como dos profissionais de saúde, de facilitar e apoiar a participação ativa dos doentes nos seus próprios cuidados, a fim de melhorar a segurança e a qualidade de vida das pessoas”.

Estamos cada vez mais habituados a ouvir falar da importância de envolver o doente na gestão de sua doença, envolvendo-o na tomada de decisão clínica por meio das informações e ferramentas que são fornecidas ao longo do processo de saúde. Nesse sentido, hoje refletimos sobre o conhecido conceito de envolvimento do doente e como o está a ajudar a sentir-se habilitado e comprometido com o cuidado de sua saúde.

O que é o envolvimento do doente?

Este conceito torna-se um pilar fundamental na medicina centrada no doente e na melhoria dos resultados clínicos. Isso é afirmado por diferentes investigações que já mostram que aqueles doentes que obtêm mais informações e participam da tomada de decisão clínica, demonstram um maior comprometimento no que se refere a seguir as diretrizes estabelecidas durante o processo assistencial, melhorando os seus resultados clínicos e reduzindo custos sanitários. Um exemplo disso é o estudo: “Apoio aprimorado para tomada de decisão compartilhada. Custos reduzidos de cuidados para doentes com condições sensíveis à preferência” realizado em 60.185 doentes, que mostra uma redução nos custos médicos de 5,3% e 12%. 5% menos internações hospitalares em doentes que se envolveram mais na gestão da sua doença e receberam mais apoio durante o processo de saúde.

Nesse sentido, como é que se pode melhorar o envolvimento do doente?

De acordo com a OMS, a recolha de informações sobre resultados de saúde e a experiência do doente (os conhecidos PROMs e PREMs) podem ser o ponto de partida para envolver os doentes na gestão da sua doença.

Para isso, a tecnologia passa a ser uma ferramenta de grande valor, facilitando a recolha desse tipo de dados diretamente do doente, além do envio de conteúdo educativo que favoreça o seu conhecimento. Além disso, esses tipos de plataformas ajudam a manter uma relação médico-doente mais direta, favorecendo o acompanhamento remoto da patologia e, portanto, melhorando o envolvimento do doente.

Para que isso seja possível e feito com eficácia, é imprescindível que essas plataformas tenham, por um lado, evidências científicas e ofereçam informações validadas e apoiadas por profissionais de saúde, como recurso fiável para pessoas que sofrem de uma doença. Por outro lado, é importante que se baseiem numa tecnologia funcional, útil e acessível, com o objetivo de manter o compromisso do doente e o uso a longo prazo.

O envolvimento do doente é um elemento que hoje possibilita aprimorar a gestão das patologias, envolvendo o doente em todo o processo da doença, e já estamos a ver como é que a tecnologia está a tornar-se numa aliada perfeita para isso, facilitando esse trabalho e tornando-o mais acessível, para médicos e doentes. O objetivo é que esta realidade continue a evoluir no sentido da construção de sistemas de saúde mais eficientes e otimizados ao longo do tempo.