Conheça os fatores de risco da bexiga hiperativa

Ainda que os fatores de risco não signifiquem que sofra de síndrome de bexiga hiperativa, a sua presença favorece o desenvolvimento da doença, bem como que esta se manifeste de forma mais agressiva. Conheça os principais fatores de risco da bexiga hiperativa segundo o médico José Santos Dias, urologista e diretor do Instituto da Próstata e Incontinência Urinária.

Apesar de nem todos os fatores de risco estarem explicados pela ciência de forma total, estes têm influência “no controlo neurológico da bexiga, na pressão exercida sobre a mesma, dificultando o seu esvaziamento e alterando as características dos tecidos da parede da bexiga”, explica o responsável. Alguns destes fatores incluem: 

1. Ser obeso: ter um índice de massa corporal elevado está associado ao aumento da pressão intra-abdominal, que fragiliza o pavimento pélvico. O excesso de gordura pode ainda causar inflamações na bexiga, o que leva a uma maior urgência urinária

2. Ter diabetes mellitus: ainda que a manifestação mais comum da danificação das terminações nervosas associada à diabetes seja o pé diabético, também a bexiga pode ser afetada, perdendo a capacidade de perceber que está cheia. Os seus músculos deixam de permitir o esvaziamento completo, o que pode levar à urgência urinária

3. Ter depressão: a urgência urinária por si só pode levar a quadros depressivos. Para além disso, a diminuição dos níveis de noradrenalina e serotonina podem desenvolver a síndrome de bexiga hiperativa mediante a falta de relaxamento do músculo detrusor

4. Ter uma doença neurológica: como o sistema nervoso central controla o armazenamento de urina, doenças neurológicas podem estar na origem da incontinência, urgência, frequência e alterações no fluxo urinário

5. Ter sido alvo de uma cirurgia pélvica: algumas cirurgias podem favorecer a síndrome de bexiga hiperativa mediante a alteração do pavimento pélvico. Para as mulheres, é sobretudo o caso da histerectomia, a remoção do útero, ao passo que nos homens o tratamento cirúrgico para o cancro ou hiperplasia benigna da próstata são as intervenções que mais contribuem para o desenvolvimento da doença, ainda que de forma temporária, devido aos avanços científicos

6. Ter mais de 75 anos: a fragilidade dos músculos pélvicos está associada a uma maior sensibilidade ao volume de urina na bexiga e resistência da uretra, o que pode levar à bexiga hiperativa ou incontinência urinária

7. Ser caucasiano: estudos sugerem que mulheres caucasianas estão mais propensas a desenvolver a doença, o que poderá ser explicado por diferenças no aparelho urinário, como a uretra mais curta ou músculos pélvicos mais fracos