Dia Mundial da Doença Inflamatória do Intestino junta médicos, investigadores e doentes

A Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino (APDI), a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG) e o Grupo de Estudos da Doença Inflamatória do Intestino (GEDII) juntam-se pelo Dia Mundial da Doença Inflamatória do Intestino, celebrado ontem, dia 19 de maio. A efeméride é dedicada ao desafio de todos os que enfrentam o mercado de trabalho e vivem com a doença. 

Esta união de esforços entre instituições tem como objetivo falar a uma só voz sobre um tema que diz respeito a todos que (con)vivem com a doença inflamatória do intestino (DII) e que todos, em conjunto, podem ajudar a melhorar: conhecer os problemas relacionados com o mundo laboral de quem vive com DII e, ao mesmo tempo, criar condições para que quem tem doença de Crohn ou colite ulcerosa tenha os seus direitos profissionais assegurados. 

Na Europa, o número de pessoas com DII atinge já os 3,4 milhões, valor que sobe para 10 milhões a nível mundial. A entidades alertam que esta doença “afeta cada vez mais pessoas, principalmente jovens e pessoas em idades ativas”, razão pela qual “o impacto da doença na vida profissional deve ser um motivo de preocupação para a sociedade, especialmente para os decisores políticos e empregadores, pois muitas pessoas com DII conseguem trabalhar ao mesmo nível que outra pessoa da mesma idade”. 

De acordo com Ana Sampaio, presidente da APDI, “vários estudos demonstram que um emprego de qualidade tem efeitos positivos no bem-estar geral da pessoa com DII”, e que “com ligeiras adaptações no trabalho, uma melhor compreensão da doença e um ambiente solidário, é possível trabalhar bem com a DII”. 

Para que as pessoas com DII sejam dignificadas na sua atividade profissional há vários parâmetros que devem estar bem determinados: “A consciencialização de toda a população para este problema, bem como dos empregadores e colegas, o acesso equitativo ao mercado de trabalho, com gestão de horários e condições laborais específicas, assim como incentivos para contratar pessoas com doenças crónicas” e ainda a criação de “práticas laborais não discriminatórias”, continua a responsável. 

Neste sentido, e como forma de alertar para o problema, a APDI está a apresentar diariamente, desde dia 11 de maio, na sua página de Facebook, depoimentos de pessoas com DII de todo o país, bem como do Brasil, que dão conta da sua realidade enquanto representantes dos 20 mil portugueses que vivem com a doença no mundo.